O Canto Coral através da história
Embora o canto coral tenha atingido seu máximo desenvolvimento na música ocidental, práticas de canto em conjunto existem, desde a Antiguidade, em muitas tradições folclóricas e tribais.
No ocidente, os coros começaram efetivamente no século VI, quando o papa Gregório I estabeleceu escolas de canto nos centros de cristandade, para garantir adequada execução da música litúrgica. Até o século XII, esse canto, conhecido como Gregoriano, apresentava uma única voz, usando preferencialmente notas agudas. Somente no século XV começaram a ser exploradas as notas graves da tessitura.
Nos séculos XVI e XVII a música coral expandiu-se para além da liturgia. A Reforma encorajou o canto informal de canções religiosas em grupos, como os salmos na França e os hinos na Alemanha. A Renascença italiana estimulou os grupos de cantores amadores, os madrigais. A maior parte das apresentações era feita sem acompanhamento musical, o canto “a capella”, uma tradição que ainda hoje se mantém. No século XVIII os trabalhos para o coral de Bach e Handel tiveram grande aceitação entre os corais amadores, onde as mulheres passaram a cantar as partes de sopranos e contraltos, antes tradicionalmente destinadas aos meninos.
Festivais de corais tornaram-se muito comuns nos séculos XIX e XX, associados a instituições civis, acadêmicas e religiosas. As especificidades culturais podem ser observadas nos diferentes estilos de canto, na escolha das vozes, na tensão física e nas características acústicas da emissão, o que faz do canto coral uma complexa e rica orquestra humana.
Fonte: Higiene vocal para o canto coral – Mara Behlau & Maria Inês Rehder